A origem das técnicas
O falecimento da Sra. Takata em 11 de dezembro de 1980, deu início a diversidades nas linhagens do Reiki. Desde a morte de Hawayo Takata, o Reiki sofreu muitas mudanças no Ocidente, e Phyllis Furomoto, a sucessora de Takata, e sua neta, é denominada a Grande Mestre do Reiki Tradicional Usui. American International Reiki Association, liderada pela Dra. Barbara Weber Ray, e a Reiki Alliance, liderada por Paul Mitchell e Lee Phyllis Furumoto. Os dois grupos espalharam-se mundialmente. Ambas as associações fazem questão da comprovação da linhagem direta de Usui – Hayashi – Takata.
Iris Ishikuro, uma das alunas da Sra. Takata, não concordava com os preços praticados pela sua mestra e começou a ensinar Reiki a preços muito mais acessíveis e introduzindo práticas tibetanas, o que trouxe um grande impacto na ramificação do Reiki. Só assim se pode compreender a adoção do mesmo Reiki por várias comunidades cristãs e ordens religiosas, nomeadamente os Jesuítas que, inevitavelmente, adotaram os cursos de Reiki nos seus programas espirituais. Como foi dito pelas próprias palavras da Diane Stein, após a morte da Sra. Takata, o Reiki Tradicional dividiu-se em várias linhagens devida ao desentendimento entre os mestres formados pela escola de Reiki Tradicional, e o rumo tomado pela Phyllis Furomoto, a sucessora da Sra. Takata. No seu livro Diane Stein relata o seguinte:
“Entrei em contacto pela primeira vez com a cura pelas mãos no Festival Feminino de Música, de Michigan; entrei também em contacto com várias outras técnicas de cura. Desse dia em diante, soube querer dedicar a minha vida à cura. Tive vontade de desenvolver poderes mediúnicos e de aprender a fazer coisas que outras mulheres pareciam fazer tão facilmente. Durante os cinco anos seguintes, li todos os livros que pude encontrar sobre o assunto – não havia muitos – e experimentei (na maioria das vezes em mim mesma) o que aprendera. Em agosto de 1987 (um pouco antes da Convergência Harmónica), encontrei a chave, mas parecia totalmente inacessível. Durante uma reunião para um jantar “metafísico”, encontrei dois belos homossexuais. Eles viram-me fazer uma breve sessão de cura pelas mãos e então perguntaram-me: “Quem lhe ensinou o Reiki?” Respondi que não receberá ensinamento em Reiki e que nem mesmo sabia que se tratava. Os homens insistiram que o que eu fazia era Reiki, e pediram para sentir as minhas mãos. Ambos declaram que elas estavam quentes e que essa era a marca de um agente de cura em reiki. Eu quis saber mais. Mais tarde, na minha casa, quando esses dois homens fizeram comigo uma sessão de cura Reiki completa, soube que este era o sistema de cura simples que eu procurava. Perguntei onde poderia passar pelo ensinamento em Reiki e quais eram os custos; fiquei admirada ao saber que o ensinamento para iniciantes em Reiki – Reiki I – custava, na época, US$150 e que havia somente uma mulher na cidade que poderia ensinar.
O ensinamento em Reiki II custava US$600, e o ensinamento em Reiki III/Mestre, a US$10.000, era raramente dado, mesmo que o interessado pudesse pagar. Quando o meu amigo que tinha ensinamento em Reiki II começou a tentar transmitir iniciações em Reiki, embora ele ainda fizesse o Reiki II e não tivesse recebido o ensinamento de Mestre em Reiki III, pedi-lhe para tentar em mim. Por vários meses, ele recusou-se. Em janeiro de 1988, nós três decidimos fazer um trabalho de cura numa ala destinada ao tratamento da SIDA num hospital local, e ele mudou de ideia. Recebi a minha iniciação em Reiki I em 2 de fevereiro de 1988, e ficou evidente que o processo iniciatório havia funcionado para mim, apesar do estatuto de Reiki II do homem que iniciou. Eu senti-me cheia de uma energia que nunca antes tivera nem sonhara que existisse. Eu estava cheia de luz e amor por todos os seres. A minha capacidade de curar aumentou imediatamente, mais do que eu acreditava fosse possível, e a facilidade de usar o Reiki confirmou que esse era o método que eu procurava. Se as minhas mãos ficavam quentes antes, durante as sessões de cura, elas estavam muito mais quentes agora.
Eu soube naquele momento que eu queria ensinar o Reiki, mas não tinha a ideia de como isso seria possível. Em novembro de 1989, viajei ao Meio-Oeste para dar um curso organizado por duas mulheres que eu encontrara, em 1988, no Festival Feminino de Música, de Michigan, e das quais fiquei muito amiga. Uma das mulheres tinha, recentemente, recebido o ensinamento em Reiki III de um Mestre que também pensava que o método de cura precisava tornar-se mais acessível. Ela não tinha os US$10.000 tradicionalmente exigidos como taxa para o Reiki III, mas receberá o ensinamento por muito menos. O seu Mestre testava métodos de ensino modernos, e também fora treinado de forma Tradicional. Completamente de surpresa, durante aquele fim de semana, ela deu vários cursos de ensinamento em grupo, em Reiki I, e deu-me o Reiki II; forneceu-me um certificado para ambos os graus e prometeu dar o ensinamento em Reiki III no próximo encontro, dizendo: “Eu quase fiz isso agora, mas não consegui encontrar o manual com os símbolos.” Em junho de 1990, durante o solstício de verão, dei um curso de fim de semana perto de Denver.
Durante o curso, ofereci iniciações em Reiki I, a título de experiência, a qualquer pessoa que desejasse obtê-las. Depois do fim de semana em Denver, a parceria da minha instrutora de Reiki II, que também viajava pela região, veio passar um dia comigo. Uma das suas amigas, que eu nunca encontrara antes, trouxe-a até a casa onde eu estava e ficou para o jantar. Durante o jantar, falei sobre o curso e como desejava a iniciação em Reiki III “de forma que eu pudesse fazer direito”. A amiga disse: “Não tenho tempo para ensinar, mas, se tudo o que você precisa é a iniciação, posso transmiti-la agora mesmo.” Sentadas à mesa de jantar, tendo a frente a sobremesa, ela deu-me a iniciação em Reiki III. Nunca mais me falaram sobre ela, mas sou-lhe profundamente grata. Em fevereiro de 1991, novamente durante a festa da Purificação da Virgem Maria, dei um curso de fim de semana em outra cidade. Ensinei o Reiki I e II e vi uma mulher, na classe, olhar com cara feia e franzir as sobrancelhas durante todo o curso. Quando terminou, ela disse ser uma Mestra/Instrutora em Reiki Tradicional e queria falar comigo. Censurou severamente vários aspetos do meu ensino.
Uma coisa que ela condenou foi o facto de eu deixar que os alunos vissem-me transmitir as iniciações sagradas – algo que continuou a fazer. Ela protestou, dizendo que o meu método não era o Tradicional, e que qualquer mudança com relação ao método Tradicional não seria mais Reiki. Eu discordei. Ela concordou em fazer e passou mais ou menos uma hora, no dia seguinte, instruindo-me sobre a iniciação Tradicional e os métodos de ensino. Também repetiu a minha iniciação em Reiki III de forma Tradicional. A mulher prometeu-me um certificado, que nunca me foi entregue, dizendo que não o faria a menos que eu adotasse o seu método estritamente Tradicional. O que eu usava naquela época era uma combinação dos métodos da minha instrutora em Reiki II e o meu próprio; por serem altamente eficazes, eu não desejava alterá-los. Depois desse festival, ficou claro para mim o que eu devia fazer – ensinar o Reiki a mulheres (e homens) que o quisessem, tanto quanto possível. Este magnifico sistema de cura deve estar disponível a todos, independentemente de poderem pagar ou não pelos ensinamentos. Embora eu seja uma Mestra em Reiki há quatro anos, e tenha ensinado centenas de alunos, não tenho o Certificado Tradicional oficial. Não penso que isso seja importante. Ofereço aos alunos o meu próprio certificado com o título de Reiki não tradicional, completamente convencida de que não perco nada da capacidade de ensinar com eficácia. Pedi-lhe que continuassem com a minha ética de preços baixos e bolsas de estudo, quando necessário, e dessem prosseguimento à desmistificação de um sistema de cura que precisa ser universal. Muitas mulheres e alguns homens seguem por esse caminho.”
Texto retirado do site www.apre.pt