Reiki Tradicional

Reiki Tradicional

As primeiras origens

Vamos falar das origens do Reiki. Primeiro temos que saber que o mentor do Reiki no mundo, foi atribuída a Mikao Usui, que nasceu no dia 15 de Agosto de 1865, no Japão na vila de Taniai, Prefeitura de Gifu. “A história do Reiki começou em meados do século XIX, onde Mikao Usui, um monge cristão japonês que era diretor da Universidade Doshisha, em Kyoto - Japão, procurou a origem do método de cura de Jesus Cristo e Buda, encontrando-a entre os vestígios antigos da cultura de Shiva, nos ensinamentos esotéricos da Índia. Começou então a história do Reiki hoje dita tradicional. Tudo se desencadeou quando os alunos de Usui lhe pediram que demonstrasse o método de cura de Jesus Cristo. Usui, perante a dificuldade de encontrar uma demonstração elucidativa, iniciou então uma investigação que durou dez anos. Quando as autoridades cristãs do Japão lhe disseram que o tema da cura não devia sequer ser assunto de discussão, Usui focalizou a sua busca no Budismo. Os monges budistas disseram a Usui que o antigo método de cura espiritual fora perdido, e que a única forma de se aproximar dela seria por intermédio dos ensinamentos budistas, o Caminho da Iluminação”.

É importante referir também, que William Rand, Mestre de Reiki, não encontrou registos sobre Mikao Usui na Universidade de Doshisha, nem como diretor, nem como professor ou aluno. Além disso, não existem registos da sua presença na Universidade de Chicago, nem de ter recebido qualquer diploma. É fácil imaginar então que o especto cristão da história foi introduzido no Ocidente, para que os americanos aceitassem o poder do sistema de cura de Reiki. O que hoje é conhecido como Reiki já era conhecido na Índia no tempo de Buda (Sidarta Gautama, 620-543 a. c.). O Reiki foi parcialmente descrito nos Sutras (escrituras sagradas budistas), mas foi transmitido mais provavelmente, através de ensinamentos orais. 

Várias escrituras budistas primitivas, descrevem os efeitos da cura espiritual - libertação do sofrimento e reencarnação numa "Terra Pura" onde a iluminação podia ser atingida - em vez do método de cura em si. Rituais e preces para se invocar o Buda da Cura, são descritos em vários textos. Na doutrina cristã esse ensinamento provavelmente perdeu-se, devido à intervenção de São Paulo, que nos legou a sua reinterpretação dos ensinamentos de Jesus Cristo. Por volta do século V, os conceitos fundamentais do renascimento e karma foram retirados dos cânones da Igreja, e o método de cura que Jesus Cristo usou - e que poderia ter ajudado tantos milhões de sofredores - também se perdeu num Ocidente em desenvolvimento. O método permaneceu ativo apenas entre os adeptos budistas, que o usaram mas não divulgaram a sua existência.

 

O nascimento do Reiki

Mikao Usui, acabou por fixar residência num mosteiro Zen-budista. Aí encontrou os textos que revelavam a fórmula de cura, que agora, já se podia ler no original em sânscrito, só que estes não indicavam como a utilizar para captar e ativar a energia. A ausência desta informação era intencional para manter tão poderosos ensinamentos longe de mãos não preparadas para os conhecer e usá-los corretamente. Hawayo Takata, (a quem se deve a implantação do Reiki nos E.U.A), narra isso no livro, The History of Reiki as Told by Mrs. Takata, pag.4:

"Ele estudou a versão sânscrita e, mais tarde, depois de estudos profundos, encontrou a fórmula. Clara como o dia. Nada difícil, mas muito simples. Como dois e dois são quatro... E então disse: "Muito bem, eu encontrei-a. Agora, tenho que a interpretar porque foi escrita há 2500 anos. Mas tenho de passar pelo teste."

O teste foi um período de três semanas de meditação, jejum e orações no monte Kuramayama, no Japão. Mikao Usui escolheu o local para a meditação e reuniu 21 pedras pequenas para marcar o tempo, retirando uma pedra no final de cada dia. Na última manhã, um pouco antes de clarear o dia, Usui viu um projétil de luz a vir na sua direção. A sua primeira reação foi fugir, mas logo decidiu aceitar o que emergia da sua meditação, ainda que isso o levasse à morte. A luz atingiu o seu terceiro olho e Usui perdeu a consciência. Então, viu "milhões e milhões de bolhas de arco-íris" conforme relata Hawayo Takata, e finalmente, os símbolos do Reiki como que projetados numa tela. Logo se seguiu a informação de como ativar a energia de cura de cada um deles - sabe-se hoje que tal não se passou assim; os símbolos foram um dos últimos elementos a serem introduzidos por Mikao Usui no seu sistema, devido ao facto dos seus alunos terem alguma dificuldade em conseguir sentir o Reiki. Entretanto o misticismo criado à volta dos símbolos serviu e serve muitos interesses, desvirtuando em alguns casos a pureza do Reiki. 

Hoje, vivemos no século XXI, num contexto político, económico e social completamente distinto de à 100 anos atrás e não há necessidade de ocultar verdades ou inventar verdades, mas sim, apresentar o Reiki tal como ele é: simples! O mestre Japonês deixou então o monte Kuramayama sabendo curar como Buda e Jesus o tinham feito. Descendo a montanha, aconteceu o que é tradicionalmente conhecido como "os quatro milagres":

 

  • Primeiro - Feriu-se num dedo do pé enquanto andava; instintivamente, sentou-se e pôs as mãos sobre ele. As suas mãos ficaram quentes e o dedo curou-se.
  • Segundo - Chegou a uma casa que servia peregrinos, no pé da montanha, pediu uma refeição completa (algo nada recomendável depois de jejuar durante 21 dias), e digeriu normalmente.
  • Terceiro - Como a mulher que o serviu sentia dor de dentes, colocou-lhe as mãos sobre a face e a dor desapareceu.
  • Quarto - Quando voltou ao mosteiro encontrou o diretor acamado com uma crise de artrite e também o curou.

 

Usui deu à energia de cura que redescobrira o nome de Reiki, que quer dizer Energia da Força Vital Universal. Instalou-se em seguida num bairro pobre de Kyoto, e durante anos ministrou sessões de cura aos mendigos da cidade. Depois de os curar, pediu-lhes para começarem uma nova vida. Mas foi em vão, pois muitos ficaram até zangados porque, tendo sido curados, já não podiam ganhar a vida como antes e tinham de trabalhar. Esta experiência de Usui é usada como justificativa para os altos preços cobrados hoje em dia pelos cursos e tratamentos de Reiki, evocando que as pessoas não dão valor à cura se não tiverem de a pagar. Parece-me a mim que a lição que Usui aprendeu não foi essa, mas antes que se a mente e o espírito não forem igualmente curados, se não houver uma alteração de consciência, o Reiki acaba por ser desperdiçado, até porque, se essa alteração não se verificar, a doença volta a surgir, a médio ou longo prazo, mesmo que tome outra forma física. Daí que Usui tenha vindo a estabelecer "O Método Secreto da Felicidade. A Medicina Espiritual Para Todas as Doenças" que veio a condensar nos seus famosos "Princípios" e que são, no original:

Hoje não te zangues. Não fiques ansioso e sê grato. Sê diligente e gentil com os outros. De manhã e à noite, com as mãos em posição de oração, grava isto na tua mente; entoa isto com os teus lábios.

  

Em direção ao ocidente

Mikao Usui tornou-se peregrino, levando o Reiki e andando a pé pelo Japão, carregando uma tocha e dando aulas. Dessa forma, encontrou Chujiro Hayashi, um oficial aposentado da Marinha. Hayashi recebeu de Usui os ensinamentos de Mestre de Reiki em 1925, com 47 anos, e tornou-se o seu sucessor. Usui morreu em 1930, tendo formado dezasseis ou dezoito Mestres em Reiki (as fontes divergem neste ponto), embora nenhum outro, exceto Hayashi, seja mencionado por qualquer fonte.  Após a morte de Usui, Chujiro Hayashi criou o seu próprio método de cura, “Hayashi Reiki Ryoho Kenkyukai” que significa: Método de Cura Natural Reiki de Hayashi. Ao longo da sua vida, Chujiro Hayashi formou dezasseis Mestres. Abriu uma clínica em Tóquio onde agentes de cura trabalhavam em grupo com os pacientes internados. Os curadores da Clínica iam também a casa das pessoas incapacitadas de lá se deslocarem. Em 1935, Hawayo Takata foi à clínica de Chujiro Hayashi, em Shina No Machi, para se curar.

 

 

Próximo passo

Hawayo Kawamuru (Takata, mais tarde) nasceu em 24 de Dezembro de 1900, numa família de cortadores de abacaxi, na Ilha de Kauai, Havai, em Hanamaulu. Por ser pequena e frágil demais para o trabalho na plantação, passou por vários empregos enquanto ainda estudava em escolas públicas. Ajudou a ensinar crianças mais jovens e trabalhou numa fonte de água gaseificada. Assim que saiu da escola, ofereceram-lhe trabalho na grande e rica plantação do proprietário da casa. Trabalhou nesse lugar durante 24 anos como governanta e guarda-livros, uma posição de grande responsabilidade. Ali, conheceu e casou-se com o tesoureiro da plantação, Saichi Takata, em 1917; foram felizes e tiveram duas filhas.

Em Outubro de 1930, Hawayo Takata ficou viúva e com duas crianças pequenas. Passou a ter graves problemas de saúde: esgotamentos nervosos e uma doença de fígado que exigia uma cirurgia que seria de alto risco devido a problemas respiratórios. Em 1935, Takata deslocou-se a Tóquio para informar os pais da morte recente de sua irmã. Mais tarde, foi internada no Hospital Maeda, em Akasaka. Foi marcada uma cirurgia após diagnóstico de um tumor e de cálculos biliares. Na noite anterior à intervenção cirúrgica, Takata ouviu uma voz que disse: "A operação não é necessária."; quando estava já na mesa de cirurgia, ouviu de novo a voz e questionou o cirurgião sobre se não haveria outro método para alcançar a cura. O médico respondeu-lhe: "Sim, se puder permanecer no Japão o tempo necessário." Falou-lhe então da Clínica de Reiki de Chujiro Hayashi; Takata foi de seguida lá internada e, em quatro meses, estava completamente curada ao nível físico, mental e espiritual.

Takata, tão maravilhada ficou, que pediu que lhe passassem os ensinamentos. De início isso foi-lhe recusado, não por ser mulher, mas por viver nos Estados Unidos. Na altura, Hayashi não queria que o Reiki fosse praticado fora do Japão, mas perante a insistência de Takata, acabou por ceder. Hawayo Takata, recebeu os ensinamentos de Reiki I na Primavera de 1936 e juntou-se aos agentes de cura que trabalhavam na Clínica. Em 1937, recebeu os ensinamentos do Reiki II, voltando de seguida ao Havai onde inaugurou a sua primeira Clínica de Reiki, em Kapaa, sendo bem-sucedida no seu trabalho. Takata recebeu os ensinamentos do Reiki III, a 22 de Fevereiro de 1938. Hayashi passou-lhe um certificado e frisou que ela não deveria passar os ensinamentos sem cobrar. Em 1939, Takata abriu o segundo Centro de Cura Reiki em Hilo.

Em 1941, Takata acordou certa manhã e viu Hayashi, ao pé da sua cama. Entendeu que ele a chamava e embarcou no primeiro navio para Tóquio. Quando chegou à clínica de Hayashi, a esposa deste, Chie Hayashi e outros mestres Reiki estavam presentes. Chujiro Hayashi transmitiu-lhes então que uma grande guerra estava para acontecer e que a Clínica seria fechada. Temendo que o Reiki se perdesse para o mundo, escolheu perante todos, Takata como sua sucessora. A 10 de Maio de 1941, na presença dos alunos, fez Seppuku (é uma parte chave do Bushido, o código dos guerreiros samurais) recusando-se a participar na guerra em que teria de combater forçosamente por ser oficial da marinha. Foi graças a Takata que o Reiki continuou. Levou-o primeiramente para o Havai, espalhou-o pelo resto dos Estados Unidos e, finalmente, fê-lo chegar ao Canadá e à Europa. Viveu até aos 80 anos, apresentando sempre uma aparência jovial. Treinou centenas de pessoas no sistema de cura Reiki. Faleceu em 11 de Dezembro de 1980.

Na sua clínica, se um cliente estivesse seriamente doente e precisasse de muitas sessões de cura, ela formava uma pessoa da família do doente para que o pudesse tratar. Takata ensinava por meio de histórias e exemplos; não permitia que os seus alunos tirassem apontamentos e ensinava sempre de forma diferente. Iniciava por vezes as posições de cura pela cabeça, outras pelo meio do corpo e mesmo pelos pés. Nunca os Mestres / Professores que ensinou, adquiriram os conhecimentos da mesma forma. Takata sempre cobrou dinheiro aos alunos, ainda que fossem seus familiares; achava que isso era essencial pois as pessoas que não pagavam pela aprendizagem não valorizavam o seu uso. Achava também que aqueles que não pagavam pelos ensinamentos, não seriam bem-sucedidos nos negócios ou na vida. Os mestres que formaram, e os que esses formaram por sua vez, continuam com a mesma ideologia, cobrando preços altos, fazendo do Reiki uma disciplina elitista, fora do alcance da maioria das pessoas, e bradando ainda assim que o Reiki promove o "Amor Incondicional".

O Reiki sofreu muitas mudanças no Ocidente e Phyllis Furomoto, a sucessora de Takata, e sua neta, é denominada Grande Mestre do Reiki Tradicional Usui. As técnicas e métodos de ensino sofreram alterações e vários ramos do Reiki evoluíram. O que é facto, é que todos os métodos funcionam e todos derivam dos ensinamentos de Hawayo Takata. Após a morte de Hawayo Takata, está tinha preparado 22 mestres que levaram o Reiki aos Estados Unidos da América e daí até ao resto do mundo. 

Todos os mestres de Reiki devem saber traçar a linha dos seus antecessores até ao Sensei Usui. Os 22 mestres são: George Araki, Dorothy Baba, Úrsula Baylow, Rick Backner, Barbara Brown, Fran Brown, Patrícia Ewing, Phyllis Lei Furumoto (neta da Takata), Beth Gray, John Gray, Íris Ishikuro, Harry Kuboi, Ethel Lombardi, Barbara McCullough, Mary McFadyen, Paul Mitchell, Bethel Phaigh, Barbara Weber Ray, Shinobu Saito, Virgínia Samdahl, Wanja Twan e Kay Yamashita (irmã de Takata).

 

Textos retirados do site: https://www.reikiessencial.com

 

 

 

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